Foi só as nuvens sumirem de cima de boa parte da Amazônia Legal para os satélites registrarem o tamanho do estrago sobre a floresta. Em junho, quando a cobertura de nuvens não passou de 30% sobre o território, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, detectou 843 quilômetros quadrados (km²) de desmatamento, um aumento de 358% em relação a junho de 2013, quando o desmatamento somou 184 km².
O Pará liderou o ranking da destruição, responsável por desmatar 464 km². Amazonas (136 km²), Rondônia (126 km²) e Mato Grosso (115 km²) ficaram respectivamente em segundo, terceiro e quarto lugar.
Apesar desta disparada de alertas em junho, a taxa de desmatamento acumulado continua em queda: foram desmatados 1.690 km² entre agosto de 2013 e junho de 2014, uma redução de 9% em relação ao período anterior (agosto de 2012 a junho de 2013) quando o desmatamento somou 1.855 quilômetros quadrados. A taxa de desmatamento acumulado soma os resultados dos meses desde agosto de 2013 (mês em que começa a medição anual) e a compara com o mesmo período do ano anterior.
De acordo com o boletim, 27% do desmate ocorreu dentro de Unidades de Conservação. As mais prejudicadas foram a Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós (68,25 km2), APA Triunfo do Xingu (51,80 km²) e a Reserva Extrativista (Resex) de Jaci Paraná (24,57 km²).